Barbárie dos colonizados, massacre dos civilizados
Quem não se indignaria com os assassinatos do Hamas? E diante do dilúvio de bombas ordenado pelo governo israelense? O primeiro é rotulado como “terrorista” – o segundo, não. Ao longo da história, essa noção de “terrorismo” variou significativamente
O que pode ser mais devastador para uma mãe, para um pai, do que a perda de um filho? Esperanças transformadas em fumaça, sonhos convertidos em pesadelos, projetos engolidos. Ninguém pode realmente dimensionar essa tragédia sem ter passado por ela. Todo pai e toda mãe tremem com a ideia de receber um telefonema informando esse flagelo. Tamanha calamidade pode ser causada por uma doença – e só podemos culpar o “destino” –; por um acidente – e então podemos culpar o motorista, se ele for o responsável –; por um ato “terrorista”, que atinge uma escola aqui, um supermercado ali, um pedestre acolá. Nesse caso, quem culpar? O terrorista, naturalmente – e quem mais? No entanto... Estamos em 4 de setembro de 1997, na Rua Ben-Yehuda, em pleno centro de Jerusalém. Três homens-bomba do Hamas se explodem, matando cinco pessoas, entre elas uma menina de 14 anos chamada Smadar, que…