A vingança do campo
Uma casa com jardim, protegida do estresse das grandes cidades… A ideia seduziu muitos habitantes urbanos castigados pela crise sanitária. Entretanto, a qual “vingança do campo” assistimos atualmente?
Impossível não percebê-los no metrô parisiense. “Alès, a capital onde não falta ar”, “Sologne, ar”, “Seine-et-Marne, a verdadeira grande aposta”...: desde maio, esses anúncios estão expostos nos corredores e nas plataformas para incentivar os usuários a mudar de vida, com particular insistência na linha 1, aquela que leva ao bairro empresarial de La Défense. Não faz mais de um ano, Paris enfrentava Londres, Nova York ou Cingapura na competição global para atrair sedes de empresas, grandes eventos e trabalhadores de colarinho branco com alto nível de escolaridade. Agora, as pequenas cidades roubam seus executivos seniores nos subterrâneos do metrô. A Covid-19 passou por ali. Os confinamentos e as “medidas de contenção” reduziram a nada tudo o que fazia a atração das metrópoles: restaurantes, cafés, concertos, museus, pequenos comércios, grandes festivais, a intensidade das relações sociais, a possibilidade de viajar facilmente saltando de um aeroporto para uma estação... Em vez disso,…