Avanços e contradições nas políticas socioambientais
O Brasil voltou a ser protagonista na política climática global, um grande alento num cenário mundial conturbado. Lula assumiu a bandeira da “transição ecológica”, vem reduzindo o desmatamento e ofereceu Belém para sediar a COP-30. Porém, o governo também é composto de forças conservadoras e desenvolve políticas que atendem a interesses que podem impactar a agenda socioambiental
Em 2023, o Brasil voltou a ser protagonista na política climática global, após quatro anos de retrocessos cumulativos, aumento do desmatamento e isolamento internacional. Lula assumiu a bandeira da “transição ecológica”, nomeou lideranças reconhecidas nos ministérios afetos às agendas socioambientais, vem reduzindo o desmatamento na Amazônia e ofereceu a cidade de Belém (PA) para sediar em 2025 a COP-30, conferência da ONU sobre o clima. O reposicionamento do Brasil é um grande alento num cenário mundial conturbado, politicamente polarizado, tensionado por migrações em massa, marcado por acirradas disputas comerciais e sacudido pela guerra na Ucrânia, em Israel e em outras partes. É um quadro que dificulta avanços nas negociações multilaterais como um todo, inclusive na questão climática, aumentando as dúvidas sobre o cumprimento, pelos países, das metas de redução das emissões de gases do efeito estufa assumidas no Acordo de Paris e sobre o compromisso dos países mais ricos em…