Falta senso crítico e sobra subserviência na cobertura de Gaza
O apagamento do fato incontestável de que a população palestina (sobre)vive sob uma ocupação militar brutal é um forte indicativo de que um lado, o do opressor, está sendo privilegiado quando se apaga seu histórico de violência
Gaza se tornou um cemitério de jornalistas. Um ano após o início dos ataques ao enclave palestino, mais de 140 cinegrafistas, fotógrafos e repórteres foram assassinados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). É um consenso que esse é o conflito mais mortal para os profissionais da notícia na história recente. E tudo indica que também está se tornando uma cova coletiva para o bom jornalismo. Desde 7 de outubro de 2023, o que nos é oferecido diariamente pelos grandes veículos de mídia é uma terraplanagem da cobertura crítica e imparcial. Falta contexto histórico, questionamento e até bom senso, tudo ao mesmo tempo. Uma ausência central para entender o que se passa é a palavra “ocupação”. A Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental são territórios militarmente ocupados por Israel, em desrespeito a resoluções da ONU. No caso de Gaza, mesmo antes do 7 de outubro, a situação já…