A situação das prisões diz mais sobre a sociedade brasileira do que ela gostaria de admitir. Essa constatação perpassa o ensaio lançado esta semana pela convidada de Bianca Pyl e Luís Brasilino, a escritora Juliana Borges. Consultora do Núcleo de Enfrentamento, Monitoramento e Memória de Combate à Violência da OAB São Paulo e conselheira da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, ela lança mão da pandemia como um lupa para analisar a situação do sistema carcerário brasileiro na obra “Prisões, espelhos de nós”, parte da coleção Ensaios sobre a pandemia da editora Todavia. Conversamos sobre a necessidade de romper constantemente o silêncio que cerca o tema, as continuidades entre escravidão e prisão, os mitos da sociedade pacífica e da democracia racial brasileira, encarceramento em massa, a ineficiência do sistema carcerário para resolver conflitos, construção da figura do criminoso (quem decide o que é e o que não é crime?), política de morte, genocídio do povo negro, guerra às drogas, reforma do modelo de direitos humanos e abolicionismo penal. Não perca! *Links: Agência Pública, “Negros são mais condenados por tráfico e com menos drogas em São Paulo”; “Justiça liberta Luiz Justino, jovem músico negro da Grota vítima de prisão arbitrária” ; Infovírus, “A pandemia do confinamento: políticas de morte nas prisões”.
Ouça o episódio clicando aqui ou em seu player favorito.
Trilha: Dexter, “Quebrando as algemas”; e Kendrick Lamar, “Alright”.