Quando as “balas perdidas” só encontram uma cor
A violência do Estado no Brasil atinge especialmente negros e pobres, categorias que, não por acaso, costumam estar relacionadas, e assume os contornos de uma “guerra justa” contra a periferia
A violência do Estado no Brasil atinge especialmente negros e pobres, categorias que, não por acaso, costumam estar relacionadas, e assume os contornos de uma “guerra justa” contra a periferia
A antropóloga Desirée Azevedo, coordenadora do projeto Os 9 Que Perdemos no Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Unifesp, conta os bastidores da inédita investigação defensiva aceita como parte do inquérito da Polícia Civil sobre o Massacre da DZ7 e acredita em desfecho no tribunal de júri: “sobram provas”
Apesar das diretrizes do ECA, que apontam a destituição como exceção e ressaltam que a pobreza ou o uso de drogas não são motivos suficientes para a perda do poder familiar, a prática frequentemente contradiz essa normativa
Desafios e lutas que as mães e familiares enfrentam após o assassinato dos seus filhos
Um homem negro foi atacado a facadas por um homem branco. A Brigada Militar foi acionada e, quando chegou ao local, prendeu a vítima da agressão e não o agressor
Ouvi muito, ouvi até as orelhas arderem, sem direito de parar de ouvir. Em uma audiência pública pouco se delibera, nela se aprende. E o que eu aprendi é que estamos em falta
As guerras que se travam no mundo, que destroem vidas, podem não estar ao nosso alcance, não tão diretamente, mas as que ocorrem no Brasil estão e essas podem ser estancadas, temos soberania para isso
Esta é a história da democracia no Brasil: uma história de massacres, chacinas e execuções em massa
O sistema prisional brasileiro está colapsado pela superlotação e, pior, adota a prática do abuso e violações à dignidade da pessoa humana como regra
As mortes de Thiago e de tantos outros negros e pobres que tombam nas favelas do Rio de Janeiro em decorrência da violência letal praticada por agentes de Estado se dão em decorrência da estatização da morte
O terrorismo de Israel e os esquadrões da morte das polícias seguirão até quando cometendo crimes?
O que distingue a Chacina da Candelária, que completa trinta anos neste domingo (23), de todas as execuções de crianças e adolescentes até então é o elemento político inscrito em seu modus operandi: ela extrapola o caráter de mera limpeza social característico de outras execuções e assume um viés de resistência violenta, por parte das polícias do Rio de Janeiro, contra o Estado Democrático de Direito e o controle democrático da atividade policial