Há um ano, a vice-presidenta Cristina Fernández de Kirchner sofria um atentado na porta de sua casa, no bairro Recoleta, em Buenos Aires, que apenas não tirou sua vida por falta de perícia do atirador – um brasileiro de nascimento e argentino de criação, envolvido com grupos neonazistas. O país parou diante daquele evento dramático; centenas de milhares de pessoas foram às ruas expressar solidariedade a Cristina Kirchner e repúdio ao crime.  O fato é que o atentado fracassado contra Cristina, em setembro de 2022, foi simbólico da agudização da violência política que já atingia diversos parlamentares de esquerda e líderes sociais. O crescimento de grupos paramilitares neonazistas como o Aguilas Negras, reivindicando organizações neonazistas que foram grandes na Argentina dos anos 1990, era apenas a expressão mais radical do terreno político e social aberto para a extrema direita nos últimos anos no mundo inteiro.  O longo lawfare contra o…