O desastre. E depois?
O Centro Nacional da Música, na França, acaba de ser aberto. Encarregado especialmente de colocar em prática uma política de apoio à criação não diretamente “rentável”, ele terá de enfrentar a devastação promovida pela crise sanitária e, a longo prazo, as pressões dos interesses comerciais
“Evitar as falências.” Durante a coletiva de imprensa, em 3 de novembro de 2020, o presidente do Centre National de la Musique (CNM) chegou rapidamente ao que hoje é prioridade. Desejado durante muito tempo e criado juridicamente em janeiro, o estabelecimento público que mal acabou de ser instalado foi obrigado a se ocupar de problemas urgentes, quando, em março, os shows foram proibidos. Sua criação marcava a renovação das políticas públicas voltadas à música após décadas de tergiversações. Porém, a crise sanitária abalou o castelo de cartas, ainda mais porque o ecossistema da música (artistas, técnicos, produtores, editores, difusores...) já estava fragilizado pela degringolada da indústria fonográfica dos últimos vinte anos. É preciso acreditar que a amplitude e a profundeza dos desgastes confirmarão a necessidade de coordenar e sustentar um setor que movimentou 9,7 bilhões de euros e representou 256.957 empregos em 2018,1 em alta sob o impulso do streaming…