Por que não mudar de estratégia?
Acreditamos que a democracia precisa estar no centro das reflexões e das estratégias da esquerda. Essa prioridade não é nova em nossa história e marcou a experiência virtuosa de construção do PT. Com esse horizonte, defendemos tanto a Frente de Esquerda para as eleições de 2022 como a Frente Ampla para as mobilizações que precisamos construir desde já
A crise da democracia tornou-se consenso, tanto no debate intelectual como na análise dos eventos que nos aterrorizam cotidianamente. Parece haver uma lacuna, porém, entre essas constatações e as ações efetivas para conter a crise. As esquerdas brasileiras, apesar de convergirem no diagnóstico de que vivemos uma regressão democrática, cuja ameaça mais grave é destruir o pacto social da Constituição de 1988, seguem sem agir de maneira consequente, ou seja, não dão respostas à altura da gravidade destes tempos. A defesa de frentes democráticas encontra resistência em todos os partidos progressistas. A postura do PT chega a surpreender, diante de sua experiência na Presidência ou de sua atuação nos estados em que governa. Na Bahia, no Piauí e no Ceará, o PT lidera amplas coalizões com partidos de direita; em Pernambuco e no Maranhão, faz parte de coligações igualmente abrangentes. No PDT, assistimos à reiterada disposição do ex-ministro Ciro Gomes…