Quando a vitrine começa a rachar
Pequeno Estado da Península Arábica, os Emirados Árabes Unidos, conduzidos por Abu Dhabi, transformaram-se numa nação capaz de se projetar militarmente na região. Essa posição de tendência belicista, ilustrada por seu papel na Guerra do Iêmen, reforça o estatuto da federação como ator do mercado internacional de armamentos
Fevereiro de 2019. Aviões a jato cortam o céu claro dos Emirados Árabes Unidos, uma pequena federação localizada entre o Golfo Pérsico e o Mar Arábico. Confortavelmente instalado e cercado por líderes estrangeiros, o príncipe herdeiro de Abu Dhabi,1 homem forte da federação e personalidade influente do mundo árabe, Mohamed bin Zayed al-Nahyan (conhecido como “MBZ”), assiste em pessoa à abertura da International Defence Exhibition (Idex). A exposição, uma feira de armamentos muito prestigiada junto a todos os grandes nomes mundiais do setor, começa com um show de guerra em escala real, ao longo do qual desfilam veículos off-road Nimr dos Emirados, blindados dos Estados Unidos e tanques da França. Uma produção hollywoodiana à altura das ambições militares e geopolíticas da “pequena Esparta”, como o general norte-americano James Mattis chamou os Emirados Árabes Unidos em 2011, quando era chefe do Comando Central dos Estados Unidos.2 Os Emirados Árabes, quinto maior…