A TRÍPLICE FRONTEIRA E A GUERRA AO TERROR
A tríplice fronteira e a guerra ao terror contribui para o debate sobre a questão do terrorismo contemporâneo na América do Sul e, mais especificamente, no Brasil.
O livro de Arthur Bernardes do Amaral ataca problemas complexos que emergem de toda a análise sobre o tema – entre elas, a própria definição do fenômeno do terrorismo contemporâneo. Em quatro capítulos bem estruturados, o autor estabelece seu ponto de análise, a partir do qual propõe seu viés analítico, claramente fundamentado na Escola de Copenhague.
A escolha metodológica, bem como a abordagem da questão da tríplice fronteira em termos geopolíticos, expressa a preocupação em explorar a especificidade da região sob o ponto de vista da segurança. Esta emerge da confluência de diversos elementos, tais como o tráfico de armas, de drogas, lavagem de dinheiro e os ilícitos correlatos a essas atividades.
O conceito de securitização oferece ao autor uma aproximação interessante, pois mostra em detalhe a produção de políticas de segurança que não necessariamente possuem suas raízes no hemisfério sul-americano, mas transplantadas num processo de redefinição da agenda de segurança regional.
Os Estados Unidos representam o ator promotor da securitização da tríplice fronteira em sua quixotesca luta contra o fenômeno do terrorismo contemporâneo. Nesse processo, os EUA afirmam sua agenda de segurança para a América Latina, tendo como ponto de partida a ubiquidade da ameaça. Bernardes explora essa política direcionada e direcionadora, demonstrando com clareza os caminhos dessa securitização e como os países em questão absorveram essa política externa de segurança.
O trabalho resulta em uma análise interessante sob o ponto de vista dos estudos em segurança internacional. A pesquisa pautada na Escola de Copenhague traduz uma preocupação legítima da necessidade de compreender quais os impactos que a política externa norte-americana na Global War on Terrorism (GWOT) impôs à América Latina.