Cultura viva, políticas públicas e cultura de paz
Era mesmo necessário um time do quilate dos organizadores – Hamilton Faria, Pedro Garcia e Valmir de Souza – para juntar num suporte livresco, mais precisamente numa edição toda especial dos Cadernos de Proposições para o Século XXI, o texto intitulado “Cultura viva, políticas públicas e cultura de paz”. O título entremeia três temas interligados por ações de vivências extraídas do que os autores denominam auscultas e escutas em conversas públicas, em que a valorização dos diálogos desponta como aspecto principal das experiências culturais catalogadas, tendo como principal ponto de intersecção a cultura de paz.

O conjunto da obra vai muito além do rol de sujeitos e instituições elencados, passando por um apanhado de ações culturais desenvolvidas em diferentes espaços localizados em diferenciadas geografias urbanas, que extrapolam o próprio território nacional.
Nesse aspecto, vale destacar a inserção das experiências do México: “La red de coletivos culturales comunitarios de Tamaulipas”; e da Colômbia: “La cultura de paz en la mesa de las negociaciones”, traduzidas por dois belos textos de autorias respectivas dos ativistas José Antonio Gregor C. e Jorge Blandón. São abordadas diversificadas temáticas que guardam relações entre si baseadas no que podemos aqui denominar de programas de cultura comunitária, a saber: cultura viva, interculturalidade, gênero e paz, pontos de cultura, redes comunitárias de jovens, violência e juventude, comunidades e utopias etc.
Complementando a pluralidade da edição, outros textos se destacam e se justificam pela singularidade da obra. O Pontão de Convivência e Cultura de Paz/Instituto Pólis sintetiza uma experiência que é trazida para a obra e pode ser resumida pelo trecho com que seus organizadores nos presenteiam estampado na contracapa dessa primeira edição: “A paz não significa a ausência de conflitos ou passividade, mas sua resolução de forma não violenta”.