Índios no Brasil: História, direitos e cidadania
A primeira parte do livro, “Introdução a uma história indígena”, foi originalmente publicada em História dos índios no Brasil, de 1992, como introdução. É um começo interessante, que descreve os primeiros navegantes portugueses que chegaram às costas brasileiras e, como um novo Adão, nomearam cada lugar com o nome do santo do dia.
Podemos também descrever os primeiros navegantes portugueses como uma nova Eva, que simbolicamente dá “a maçã” aos índios do país, fazendo-os perceber que estavam nus.

A primeira parte trata da origem dos povos americanos, sobretudo os latinos, e aborda tópicos como “Mortandade e cristandade” e “Política indigenista”.
A obra desmistifica os relatos históricos de que os índios Tupi eram canibais. Os Tupinambá, sim, eram antropófagos. Manuela Carneiro da Cunha esclarece: “A diferença é esta: canibais são gente que se alimenta de carne humana; muito distinta é a situação dos Tupi, que comem seus inimigos por vingança”.
Há um capítulo rico em historicismo: “Política indigenista no século XIX”. Sobre a situação dos índios nesse período, a autora sentencia: “Para caracterizar o século como um todo, pode-se dizer que a questão indígena deixou de ser essencialmente uma questão de mão de obra para se tornar uma questão de terras”.
Índios no Brasil é uma compilação de textos já publicados em livros, jornais e revistas que, agora revitalizados e com a constatação de que os índios estão no Brasil para ficar, chega em boa hora.
A edição traz também imagens bem contextualizadas, uma extensa bibliografia e um bom índice remissivo.