Laertevisão coisas que não esqueci

Qualquer pessoa que tenha vivido parte de sua infância no início dos anos 60 não passou incólume à mágica das válvulas de uma TV. Você girava o botãozinho “Ligar” no sentido horário, corria pra trás do aparelho e espiava aquelas pecinhas de vidro com formato de naves espaciais acenderem suas luzes lentamente até esquentarem e fazerem a imagem aparecer também devagar.

Esse era o prenúncio da mágica que o monitor branco e preto traria. Um  mundo povoado por caubóis, astronautas, gatos malandros, telecatchs, Hebes Camargos, Flávios Cavalcantes, seriados de gângsteres e, claro, National Kid.

Não bastasse o Laerte nos surpreender a cada tira, a cada história ou a cada cena desenhada com sua conhecida maestria, e ainda se atreve a meter a mão num baú que, de certa forma, todos carregamos.

Nessa coletânea de historietas publicadas originalmente na ‘Ilustrada’ da Folha de S. Paulo, ele fala dele mesmo rodeado por um mundo ainda a ser explorado. A infância, as crises da adolescência, os brinquedos, os desenhos animados, a guerra entre meninos e meninas. Porém, principalmente, ele parece nos perguntar o tempo todo: “Lembra disso?”

Alguns irão se lembrar, entrar num túnel do tempo e se deliciar com recordações de uma época recheada de curiosidade e ingenuidade.

Quem não se lembrar ou se não tiver vivido essa época, aproveite.