Linguagens e práticas da cidadania no século XIX

A cidadania está em constante discussão e modificação na história da humanidade e atualmente não deixa de ser um ponto-chave das discussões políticas e sociais. Seja por parte de um governo assumidamente elitista seja por grupos em defesa de minorias, pois ambos possuem visões diferenciadas do que é ser um cidadão, dos direitos e deveres correspondentes a cada indivíduo dentro de uma sociedade contratual.

Em um dinâmico conceito, em permanente discussão, historiadores buscam em documentos do passado interpretações do nosso presente. Logo, o que se torna interessante, a acadêmicos e outros públicos, nesse livro, é a diversidade de textos, resultado de pesquisas históricas sobre o conturbado século XIX.

Conturbado pelas disputas políticas do Primeiro Império, regências, Segundo Império e finalmente República. Onde a discussão sobre cidadania se restringia a poucos e outros tantos não políticos de profissão, mas que possuíam a imprensa como porta de entrada para a discussão de um problema político-social. Esses textos são interpretações do passado feitas no presente, que trazem luz às discussões atuais sobre cidadania. Nas minúcias dos textos organizados a partir de um simpósio sobre o tema, podemos perceber não apenas as interpretações das documentações do século XIX, mas também como os pesquisadores puderam chegar a essas interpretações, aproximando assim o trabalho da pesquisa aos mais variados leitores.

Mais do que mostrar essa discussão do passado, essa reunião de textos é uma ligação com o presente, no qual o conceito de cidadania ainda vem passando por constantes modificações e fazendo parte do cotidiano de todos, dando possibilidades aos leitores de pensarem criticamente o que é cidadania hoje e se de fato a exercemos, apenas no toque de alguns botões, ou se podemos ir além, como a História nos mostra.