MUTAÇÃO E CRIAÇÃO – ALÉM DO ARCO-ÍRIS

Juão Tavares nos convida a adentrar o Universo, o Cosmos e o planeta Gaia em sua plena contemporaneidade, permeados pelas guerras infindáveis entre países, entre sexos, entre poderes machistas hegemônicos religiosos, míticos e científicos.
Na companhia de Nietzsche, Marx, Deleuze, Freud, Moreno, Guattari e tantos outros, Tavares irá trabalhar temas como subjetividade, dominação, violência, sexualidade, reprodução, metafísica, ecologia, feminino, machismo e ser gay.
Juão, como gosta de ser chamado, ecossocialista como se define, psicodramatista, economista, poeta e músico, vai tecendo caminhos e devires de novas maneiras de viver, de sentir, de amar e habitar o mundo, inventando outras subjetividades.
Juão nos coloca uma pergunta para além do arco-íris: como contribuir para a solução do impasse entre o poder machista hegemônico e a mutação criativa para um novo poder (feminino com debrum gay)? Como transmutar os corpos, as ações e os valores humanos? Resposta que vai dando de forma rizomática, pois não se pauta em nenhum modelo estrutural ou gerativo, sempre conectado a cadeias semióticas, organizações de poder, às artes, às ciências e às lutas sociais.
Juntamente com Guattari, Juão pensa a produção de uma subjetividade capitalística como machista e produtora de infantilização, culpabilização e desqualificação das mulheres, índios, negros e homossexuais.
Politicamente, propõe que se inicie o que ele nomeia de políticas mutacionais públicas e privadas, comunitárias e pessoais, numa abertura constante às virtualidades, criando o que nomeia de “antropofagia eterna da produção do diferente”.
Enumera alguns atributos necessários para esta realização: a plasticidade, a inconsciência criativa, a intuição, a inocência, o humor, a compaixão e o amor fati. O texto de Juão exige que nos ofertemos ao Universo para transmutá-lo como potências que pedem passagem.