Produção de pobreza e desigualdade na América Latina

O livro busca decifrar a gênese, as estruturas, processos e ideologias que atuam na perpetuidade das formas históricas da desigualdade e da pobreza no mundo integrado do capital. Os ensaios tratam desses fenômenos concretos e estigmatizados como construções sociais que derivam da própria lógica perversa da ordem capitalista.

Os organizadores reconhecem que há carência teórica no tratamento de um fenômeno complexo em que interagem diferentes processos. Esse grupo de intelectuais, no entanto, não se propõe a esposar o mesmo procedimento teórico. Aqui escorre uma enxurrada de conceitos e categorias à cata da compreensão e de significados concretos.

Os ensaios são combativos. Reagem à ofensiva liberal e à instrumentalização do Estado para se empoderar dos saberes e práticas populares. Sinalizam os elos da longa cadeia produtiva que açambarcam elevada massa de mais-valia, com a manutenção da superexploração da força de trabalho.

Ao refutarem a ideologia neoliberal, demonstram a formação da guetificação das populações pobres, a subnormalização, a flexibilização legal, a precarização, o desemprego estrutural e a superfluidização da força de trabalho.

Todavia, há que se afirmar a lógica onímoda do trabalho, a possibilidade dada na atualidade e a projeção futura de uma associação de indivíduos livres para além do capital e da política.