Um diagnóstico de educação brasileira e de seu financiamento
O livro é daqueles que todo brasileiro deveria ler, em especial parlamentares, prefeitos, governadores e a presidente Dilma. Aliás, deveria ser o livro de cabeceira destes; talvez eles perdessem um pouco o sono, mas a educação pública brasileira ganharia. A obra foi escrita em linguagem acessível pelo físico e professor da USP Otaviano Helene, que há anos se dedica a estudar o financiamento da educação no Brasil e no mundo, com a perspectiva de melhorar a qualidade de nossa escola. É com base nesses estudos que o autor derruba alguns mitos sobre a educação no país, como o que diz que o problema não é de falta de recursos financeiros, mas de gestão; ou a afirmação de que, com um bom material didático, não importa muito a qualidade ou as condições de trabalho do professor.

O autor também questiona a alegada falta de professores, argumento que tem justificado a criação de inúmeros cursos a distância, os quais comprometem ainda mais a qualidade da formação e ajudam a desvalorizar a carreira docente. Para Helene, não faltam professores, e sim atratividade na profissão.
O livro, contudo, não se limita ao diagnóstico dos problemas que afligem a educação no Brasil ou à derrubada de seus mitos. Na parte final, com base em dados e experiências nacionais e internacionais, procura-se mostrar que o país tem “condições objetivas para estabelecer um bom sistema educacional”. É interessante observar como a Finlândia, um país que foge ao padrão que tentam impingir ao Brasil, de “preparar para provas” e “premiar ou punir os professores” de acordo com o desempenho dos alunos, consegue ir bem nos testes internacionais, enquanto os Estados Unidos, país de origem desse modelo, vai de mal a pior.
As propostas do autor? Corra à livraria mais próxima e tenha uma boa leitura de cabeceira.