“Sem as imagens?”
Um muro de Nanterre, 29 de junho último. Letras roxas escritas com spray: “Sem o vídeo, Nahel seria apenas uma estatística para a praça Beauveau. Foda-se o 17”. Dois dias antes, Nahel Merzouk, 17 anos, encontrara a morte no volante de um carro depois que um policial o atingira no meio do peito
Um muro de Nanterre, 29 de junho último. Letras roxas escritas com spray: “Sem o vídeo, Nahel seria apenas uma estatística para a praça Beauveau. Foda-se o 17”. Dois dias antes, Nahel Merzouk, 17 anos, encontrara a morte no volante de um carro depois que um policial o atingira no meio do peito, à queima-roupa. Imagens colhidas por uma transeunte e espalhadas pelas redes sociais naquele mesmo dia questionaram a versão policial inicialmente divulgada sobre o drama. No dia 27 de junho, às 8h22, o relatório do Centro de Comando afirmava: “Indivíduo ferido à bala no lado esquerdo do peito. O agente de polícia se colocou à sua frente para detê-lo. O motorista fez menção de avançar sobre ele”. Ora, a sequência filmada mostra um policial abrindo fogo ao lado de um veículo que começa a se movimentar lentamente. Sem imagem, o que teria acontecido? “Caso não existisse o vídeo”,…