A aventura humana
Em seu novo livro, Espejos, Eduardo Galeano descreve alguns momentos fundadores da saga da humanidade. E nos adverte de que o faz “do ponto de vista dos que não saíram na foto”.
Os espelhos estão cheios de gente. Os invisíveis nos vêem. Os esquecidos nos lembram. Quando nos vemos, os vemos. Quando nos vamos, eles se vão? Este livro foi escrito para que não partam. Nestas páginas unem-se o passado e o presente. Renascem os mortos, os anônimos têm nome: os homens que ergueram os palácios e os templos de seus amos; as mulheres, ignoradas por aqueles que ignoram o que temem; o sul e o oriente do mundo, desprezados por aqueles que desprezam o que ignoram; os muitos mundos que o mundo contém e esconde; os pensadores e os que sentem; os curiosos, condenados por perguntar, e os rebeldes e os perdedores e os lindos loucos que foram e são o sal da terra Fundação da poluição Os pigmeus, que têm corpo pequeno e memória grande, recordam os tempos de antes do tempo, quando a terra estava acima do…