A emergência de uma indústria farmacêutica africana
A África do Sul, ao lado da Índia, pediu à Organização Mundial do Comércio (OMC) que suspendesse a propriedade intelectual de vacinas e medicamentos durante a pandemia. Trata-se de garantir à população o acesso a tratamentos mais baratos. Apesar do surgimento de uma indústria local, a África continua dependente de grupos farmacêuticos estrangeiros
Atenção para a cloroquina falsificada! Produtos semelhantes ao Nivaquine, como o Nirupquin e o Samquine, estão circulando em vários países da África ocidental em diferentes embalagens, avisou a Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 9 de abril de 2020.1 Com a pandemia de Covid-19 e a divulgação de vídeos do virologista francês Didier Raoult, explodiu o tráfico de antimaláricos à base de cloroquina – alegadamente eficaz no combate ao vírus, embora até o momento nenhum estudo científico tenha demonstrado tal eficácia. A apreensão de várias caixas no final da primavera sugere, sem certeza, que há comprimidos vindos da Ásia e de laboratórios clandestinos locais.2 Nenhum desses medicamentos tem autorização de comercialização. Para a OMS, o assunto é ainda mais preocupante quando se sabe que mais de 100 mil crianças africanas morrem todo ano pelo consumo de substâncias adulteradas. Em um continente com 30 milhões de quilômetros quadrados (três vezes…