A expansão da imprensa alternativa irreverente
Diante da extinção do pluralismo1 , publicações modestas tentam voltar a dar ao jornalismo algum colorido e alguns valores. Sob as mais variadas formas, os pequenos jornais independentes defendem a ambição de sempre preferir a sátira à reverênciaPhilippe Descamps
“A imprensa mente muito, isso é sabido. É grave. Menos grave, no entanto, do que esse flagelo que atinge milhões de pessoas sem que isso mexa com uma palha no microcosmo parisiense2 .” Semanalmente, em Villeneuve-sur-Lot, Anne Carpentier e seus colegas atormentam, nas páginas de La Feuille, oficiais de justiça, banqueiros, políticos corruptos ou patrões salafrários que impõem essa “taxa sobre a miséria agregada” atingindo operários demitidos, agricultores arruinados e microempresas abandonadas. Desde 1976, esse jornal, com uma circulação de 5 mil exemplares, coloca suas colunas a serviço dos leitores “à beira de um ataque de nervos” numa região tão minada pelas desigualdades quanto tantas outras.
São dezenas de jornalistas, amadores e profissionais, que tentam a aventura da independência3 . Desde um jornal de bairro, como L?Ami du 20e, que circula desde 1946, aos de pequenas comunas ou cantões, como L?Oursaint ou Le CANeTON déchaîné, e aos regionais ou mesmo nacionais, como i
Philippe Descamps é jornalista.