A frente ampla é para ontem
Se a situação geral melhorar a partir de 2022 e Bolsonaro se reeleger, aumentam consideravelmente as chances de ele e seu clã se perpetuarem no poder e de que consiga colocar em prática em definitivo seu projeto autoritário a partir de um segundo mandato. Esse cenário catastrófico só poderá ser evitado com a formação de uma frente ampla
Dois mil e vinte e um será um ano muito ruim. Será novamente muito cruel em termos de sofrimento social e perda de vidas, e muito duro em termos econômicos e sanitários. Só que isso não tornará Jair Bolsonaro um candidato menos forte ou mais fácil de ser batido na eleição de 2022. Pelo contrário, aliás. Com a possibilidade de um impeachment hoje mais distante, é muito provável que Bolsonaro chegue ao segundo turno. Tem a Presidência da República, tem base no Congresso, dispõe de uma esfera pública alternativa relevante, controla uma poderosa rede de desinformação, conta com o apoio de cerca de um terço do eleitorado, incluindo parte relevante das forças de segurança do país. Chegando ao segundo turno, Bolsonaro terá boas chances de emplacar a demonização de qualquer adversário como representante do “sistema”, da “velha política”, e conquistar a reeleição. Mais que isso ainda: ele quase levou no…