A geopolítica de Donald Trump
Ao rechaçar a decisão do presidente Joe Biden de fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, Donald Trump confirmou sua intenção de romper, nesse tema, com as prioridades de seu antecessor. Nas outras regiões do mundo, “América em primeiro lugar” significará uma política de extração de concessões e recursos de outros Estados, “negócios” indiferentes à ideologia e às alianças tradicionais
A ordem mundial que o presidente eleito Donald Trump terá a responsabilidade de supervisionar em nome dos Estados Unidos a partir de 20 de janeiro será a mesma que o presidente Joe Biden conheceu ao final de seu mandato. No entanto, o novo presidente abordará as relações exteriores de uma maneira muito diferente de seu antecessor: sua ênfase em colocar “a América em primeiro lugar” modificará profundamente as relações de Washington com o resto do mundo. Enquanto o presidente Biden e seus associados viam o mundo como um grande jogo de xadrez, em que blocos aliados e hostis buscavam vantagens geopolíticas em regiões disputadas, Trump enxerga o planeta como um grande tabuleiro de Banco Imobiliário, no qual múltiplos rivais competem pelo controle de bens valiosos, sejam propriedades imobiliárias, mercados ou recursos. Sob Biden, predominava a ideologia: a “democracia”, o “respeito pelo Estado de direito” e a adesão aos “valores ocidentais”…