A pandemia e o agronegócio no Brasil
A entropia interna ao sistema agropecuário global deve ser entendida como uma ameaça existencial para toda a humanidade. O admirável mundo novo das pandemias rebaixou os limites para a existência humana: agora estamos presos debaixo do teto de zinco das granjas de abate de animais em massa, cada uma delas uma fábrica em potencial da próxima bomba microbiológica
A estratégia diversionista praticada pelo governo Bolsonaro de tola não tem nada. Suas peças se orientam por táticas de contrainteligência. A confusão dirige e antecipa a imagem do inimigo da vez, enquanto qualquer responsabilidade é dirimida em um malabarismo macabro, nascido do obscurantismo e do desejo de morte. Foi assim nos episódios do derramamento de petróleo no litoral brasileiro e nas queimadas da Amazônia, no já distante ano de 2019. Diante da pandemia de Covid-19 no Brasil, esse governo não agiu diferente: comandou um esforço coordenado para blindar o agronegócio diante de sua responsabilidade na emergência e no contágio por doenças infecciosas emergentes. O Ministério da Saúde chegou a desviar parte de sua verba para peças publicitárias para o agronegócio, num ato de derradeira capitulação. Em 2020, a saúde não foi pop. A fumaça da pandemia Ao longo do ano, a pandemia se alastrou pelo território brasileiro como uma linha de pólvora estendida no chão. Fez seu…