A sabotagem é eficaz?
No fim de julho, a companhia ferroviária francesa SNCF denunciou “um ataque maciço para paralisar a rede”. Embora a operação não tenha causado grandes danos aos Jogos Olímpicos, ela destaca o interesse de certo número de militantes pela sabotagem. Há um século, parte do movimento operário norte-americano praticou a ação direta e tirou lições dela
Desiludidos com os meios de ação tradicionais, alguns militantes recorrem a táticas mais radicais: a sabotagem vem ganhando cada vez mais atenção, especialmente desde a publicação do livro de Andreas Malm, em 2020.1 Trata-se de uma ofensiva estéril? Ou seria uma maneira de interromper a rotina, por vezes desesperadora, dos movimentos sociais? Na década de 1910, os sindicalistas revolucionários norte-americanos do Industrial Workers of the World (IWW) já se faziam essa pergunta. Ao partirem para a ação, eles experimentaram o alcance e os limites da sabotagem. Pequena organização de algumas dezenas de milhares de membros, o IWW, fundado em Chicago em 1905, decidiu, a partir de 1911, sabotar as máquinas. A ideia veio da França. O anarquista Émile Pouget a introduziu na Confederação Geral do Trabalho (CGT) em 1897. O princípio inicial era simples: pressionar o patrão trabalhando propositadamente mal, para diminuir seus lucros. No leste industrial dos Estados Unidos,…