Agro, um mau negócio
Após cinco décadas de imposição global de um projeto que se apresenta como o único viável, boas notícias: alternativas para a produção de alimentos saudáveis, acessíveis e sustentáveis continuam em curso, prefigurando futuros promissores. Estarão as lideranças e organizações – inclusive as da esquerda institucional – atentas a essa força social transformadora?
Uma homenagem à memória de Francisco Caporal, lutador do povo. Em seu livro No tempo das catástrofes: resistir à barbárie que se aproxima,1 Isabelle Stengers discute a convivência de duas histórias contraditórias que moldam dialeticamente os rumos da existência humana no planeta desde a década de 1990. A primeira refere-se ao incessante processo de acumulação de capital orientado por supostas “leis do mercado”. Ainda que o “moinho satânico dos mercados” (na feliz metáfora de Karl Polanyi) não cesse de também acumular vítimas humanas e não humanas, da presente e das futuras gerações, os arautos desse processo asseveram que “não há alternativas”. Perseguir o progresso pela via do crescimento econômico, dizem, seria o único caminho disponível. De outro lado, figura a história construída por aqueles e aquelas que lutam, que não se submetem às evidências da primeira história, produtora de exploração, de guerras e de desigualdades sociais que crescem incessantemente…