Como futuro, o exílio
Mais de 100 mil marroquinos tentam, todos os anos, atravessar clandestinamente o estreito de Gibraltar. Para milhares, o sonho termina de forma trágicaPierre Vermeren
Partir, emigrar – esse é o tema de um dos maiores sucessos da década de 90 no Magreb, ia raiah ouin moussafer (Tu, viajante, para onde foste…?) Esse hino aos exilados evoca a esperança maciça de um exílio rumo à Europa ou ao Canadá… A criação do “espaço Schengen” (União Européia) em 1990 traduziu-se por uma redução drástica na emissão de vistos de entrada, provocando um sentimento de clausura entre os jovens do Magreb dificilmente imaginável na Europa livre e opulenta. Daí resultou uma explosão da emigração clandestina (leia, nesta edição, “Dezenas de milhares”, de Pierre Vermeren), principalmente para a Espanha, via o estreito de Gibraltar.
A travessia do estreito é uma aventura de alto risco. Faz-se por meio de barcos de pesca – pateras – normalmente equipados com motores de 40 a 60 cavalos. A partida dá-se ao longo de todo o litoral norte do Marrocos, descendo até Kenitra, próximo à capital. A vigilância redobrada do estreito obriga os aventureiros a darem mostras de temeridade. Os 12 quilômetros que separam a Espanha de Marrocos – em seu ponto mais próximo – podem transformar-se numa arriscada travessia de várias centenas de quilômetros. Mais ainda quando o objetivo é chegar às Ilhas Canárias. No final de abril de 2002 ocorreu um naufrágio ao largo de Agadir (foram encontrados sete mortos marroquinos).
Cortina de arame eletrificado
As polícias marroquina e espanhola já se acostumaram com a triste rotina de resgatar os cadáveres que o mar devolve, normalmente corpos de passageiros que se jogam ao mar, tomados de pânico pela aproximação de lanchas da guarda costeira, ou de vítimas de naufrágios de pateras. Do lado espanhol, 72 cadáveres foram resgatados no ano 2000, enquanto os sobreviventes divulgavam uma lista de 271 mortes. A imprensa marroquina publica freqüentemente reportagens sobre esses dramas no litoral norte. No dia 26 de setembro de 1998, um dos piores naufrágios que ocorreram no estreito provocou a morte de 38 pessoas. Segundo a Associação dos Amigos e Famílias de Imigrantes Clandestinos (AFVIC), 3.286 cadáveres foram encontrados nas margens do estreito entre 1997 e 15 de novembro de 2001. Considerando uma proporção de um cadáver encontrado para cada três desaparecidos, isso significaria a morte de mais de 10 mil migrantes no estreito num período de cinco anos.
Acrescente-se a isso a situação bastante tensa que predomina nos dois enclaves espanhóis no Marrocos, Ceuta e Melilla, no litoral norte. Com acesso permitido mediante a apresentação da carteira de identidade aos marroquinos da região, esses territórios são centros de intenso contrabando. Em Ceuta, registra-se o trânsito diário de 25 mil contrabandistas. Ceuta tenta resguardar-se, construindo em torno do enclave uma espécie de cortina de ferro de arame trançado e eletrificado. Mas os enclaves também enfrentam uma intensa pressão migratória, especialmente infantil. Milhares de crianças são anualmente repatriadas. No dia 9 de maio, Mariano Rajoy, ministro do Interior espanhol, declarou que “as autoridades marroquinas não mostram qualquer preocupação com a situação dos menores1“.
Os potenciais migrantes clandestinos
Em Ceuta, transitam 25 mil contrabandistas por dia.Uma espécie de cortina de ferro, de arame trançado e eletrificado, foi construída em torno da cidade
Para as autoridades marroquinas, os migrantes chegam de todo o continente africano (e mesmo do Oriente Médio e da Ásia). A polícia espanhola, no entanto, garante que 80% dos migrantes são marroquinos. É inegável que os migrantes africanos passaram a fazer parte da paisagem marroquina (em Tanger e em Rabat), apesar das dramáticas condições em que vivem. Vindos da Argélia pelo Saara, são transportados por caminhoneiros que os levam para Tetuan ou Nador, onde ficam abrigados aguardando a passagem. Às vezes são extraditados para a Argélia – sem processo nem direito a recurso e, além do mais, em grupo, o que fere a legislação internacional. Do lado argelino, um campo onde se encontravam 10 mil migrantes foi recentemente esvaziado. Alguns milhares deles vivem, esperando, nos enclaves espanhóis.
Os potenciais migrantes marroquinos dispõem de vários artifícios. Para os filhos de ricos, o meio mais seguro ainda é o de se matricular numa escola estrangeira. Para os alunos de escolas públicas, as coisas são mais complexas. Em 2001, 14 mil estudantes em conclusão do ensino médio (ou seja, quase um em cada quatro) entraram com pedidos, junto à embaixada francesa em Rabat, para prosseguir os estudos na França. Também existem inúmeros pedidos junto às representações da Espanha e do Canadá. Há uma procura considerável por estudantes diplomados. Todos os estudantes de informática que se diplomaram no ano de 2001 na Faculdade Mohammedia de Engenharia (a mais prestigiada do país), por exemplo, foram contratados por empresas estrangeiras. Quando aos profissionais liberais, pode ser observado um êxodo, nos últimos anos, de diplomados que vendem seus bens e deixam o país (médicos, engenheiros, executivos etc.), principalmente em direção ao Canadá e à França.
Os custos da entrada ilegal
Para os simples mortais, as coisas são mais simples e mais caras. A maneira mais comum é obter um visto de entrada para a União Européia e deixar que vença a sua validade. Esportistas marroquinos aproveitam-se constantemente de uma viagem ao exterior para sumir no vazio. No inverno passado, a federação francesa de rúgbi foi vítima de um golpe, concedendo dezenas de vistos de entrada para um clube marroquino inexistente… O problema é que não é fácil conseguir um visto. Segundo a AFVIC, é possível comprar documentos falsos por 5 mil ou 6 mil euros (12.500 a 15 mil reais).
A polícia espanhola garante que 80% dos migrantes são marroquinos, mas é inegável que os migrantes africanos passaram a integrar a paisagem marroquina
O avião também é um meio de se expatriar. Além das jovens que partem para oferecer seus serviços no Golfo, o sistema via/via é usado para ir para a Europa. Trata-se de pegar um vôo para a Austrália, ou para a China, via Paris ou Roma, onde se é “recuperado” no aeroporto por cúmplices devidamente pagos. A operação custa 7 mil euros (17,5 mil reais), mas é a mais segura. Também é utilizada a via terrestre. Cem mil caminhões atravessam anualmente o estreito no sentido Sul-Norte, o que proporciona bastantes oportunidades. Na zona industrial de Rabat, jovens munidos de uma pequena reserva alimentar tentam semanalmente embarcar a bordo de caminhões de têxteis. Também há a possibilidade de ônibus de turismo, em que, com a cumplicidade do motorista (5 mil euros, ou 12,5 mil reais), se chega à Europa pelo estreito da Sicília via Tunis (3 mil euros, ou 7,5 mil reais) ou pela Turquia e pela Grécia (140 marroquinos, saindo de El Jedida, tentaram essa experiência em agosto de 2001).
Uma máfia bem estruturada
Existem também soluções individuais (casamento, visitas à família, contrato de trabalho na Itália, carros de família etc.). No entanto, o grosso do fluxo clandestino é por meio das famosas pateras. Os migrantes vêm essencialmente de três grandes regiões do Marrocos que passam por uma crise – os eixos Nador-Oujda, no Rif; Casablanca-Beni Mellal; e Casablanca-Marrakech. Nessas regiões rurais, a maioria dos migrantes “nunca viu o mar e não faz idéia dos riscos envolvidos” (palavras de sobreviventes).
Os candidatos a migrante são arregimentados por receptadores locais, nas mais longínquas regiões do Marrocos. É perfeitamente organizado. O migrante é levado por um transportador local, por caminhão, até o litoral. Ali chegando, um agente trata de abrigar os candidatos, aguardando uma maré calma. Finalmente, o marinheiro (que muitas vezes é apenas um intermediário que não tem barco) recebe de 200 a 300 euros (de 500 a 750 reais) por cabeça. Após pagarem de 1.000 a 1.300 euros (de 2.500 a 3.250 reais) às redes mafiosas que organizam a travessia, os harragas (numa tradução literal, “os que queimam o passado”) entram de noite para o barco. Esse tráfico rende mais de 100 milhões de euros por ano (250 milhões de reais) a essas máfias, o que é relativamente pouco, comparado com o tráfico de maconha2.
Também há garantia de abrigo na Espanha, na região de Tarifa ou nas Ilhas Canárias. O que prova que o tráfico é organizado por uma máfia internacional muito bem estruturada. Segundo depoimentos, são marroquinos residentes no exterior que dirigem o tráfico, na companhia de espanhóis. Mas as suas dimensões levam a crer que existam cúmplices de ambos os lados do Mediterrâneo. Aliás, nenhum barco fez a travessia do estreito durante várias semanas após o 11 de setembro… Ora, é pouco provável que os migrantes tenham adiado suas saídas devido aos atentados em Nova York.
Aspirações e frustrações dos jovens
Os migrantes clandestinos marroquinos usam vários artifícios. Para os filhos de ricos, o meio mais seguro é o de se matricular numa escola estrangeira
A AFVIC procura descobrir as causas da emigração clandestina, mas também quer lutar contra essa praga do tráfico de seres humanos enquanto representante civil da sociedade. Sua atuação vem sendo acompanhada por mesas-redondas e vem recebendo apoio ativo do Conselho Europeu. A Associação realizou uma ampla pesquisa junto a 600 jovens marroquinos – com idade inferior a 30 anos – para esclarecer os motivos dos migrantes e a origem de seu projeto migratório. Foram analisados seis grupos de entrevistados, cada um composto de cem pessoas (escolares, secundaristas, universitários, desempregados e jovens assalariados). Do apanhado final, conclui-se que o projeto migratório nasce desde a infância, tornando-se uma obsessão ao ser atingida a idade adulta.
Embora 85% dos alunos do primário pensem que sua situação é boa, apenas 6% dos jovens sem renda estável pensam dessa maneira (contra 21% no ensino médio e 25% no ensino superior). 71% dos jovens sem renda estável pensam que sua vida é medíocre e apenas 8% deles acreditam que sua vida irá melhorar (contra 87% no primário). Considerando o total desse universo, 33% dos jovens pensam que seu destino irá melhorar, mas 31% não acreditam nisso (e 36%, talvez). A escalada das incertezas que acompanha a idade explica a dimensão do desejo migratório. 100% dos entrevistados dizem que gostariam de conhecer a Europa e acreditam que ali, seu destino seria melhor. Ainda com relação a essa questão, 82% dos secundaristas entrevistados dizem que gostariam de ir para a Europa – 94% deles, sem renda estável, contra apenas 19% de empregados. Entre eles, 62% se dizem dispostos a deixar o país sem um visto de entrada, como imigrantes clandestinos…
Carência de mão-de-obra no Marrocos
Todos os estudantes de informática que se diplomaram no ano de 2001 na Faculdade Mohammedia de Engenharia foram contratados por empresas estrangeiras
Em 2001, 44.841 imigrantes em situação irregular foram repatriados ou expulsos da Espanha para o seu país de origem (em primeiro lugar, o Marrocos, seguido pela Colômbia e o Equador); outros 22.984 imigrantes foram detidos por não terem documentos – 21.706 deles, marroquinos. Finalmente, 12.976 estrangeiros (contra 6.579 em 2002), em sua maioria marroquinos, foram expulsos por processos legais de extradição, conforme a nova lei sobre a imigração adotada em 23 de dezembro de 1999. A Espanha, um país com tradição de emigrantes que contava com poucos imigrantes na década de 80, recebeu oficialmente, em 2001, 1.243.919 estrangeiros, 46% dos quais de fora da União Européia.
A questão da migração tornou-se crucial para a Espanha. Aliás, o ex-embaixador da Espanha no Marrocos, Jorge Dezcallar, é atualmente o chefe do CNI, serviços secretos espanhóis. E não esconde que a quase ruptura das relações marroquino-espanholas – provocada pelo afastamento do embaixador marroquino em Madri, em outubro de 2001 – está vinculada à imigração e ao tráfico de maconha.
Segundo dados do Conselho Europeu, deram entrada 246 mil pedidos de normalização da situação por parte de imigrantes clandestinos na Espanha entre 3 de março e 31 de julho de 2000 – período em que foi concedida permissão para regularizar situações de ilegalidade. Embora 90% dos pedidos de visto solicitados nos enclaves espanhóis sejam recusados (contra uma média de 50%), ainda assim os marroquinos constituem a maior comunidade estrangeira na Espanha. As autoridades marroquinas deploram essa situação, quando existe no país uma carência de mão-de-obra (127 mil postos de trabalho não preenchidos em 2001). O governo espanhol dá preferência a trabalhadores da América Latina e da Polônia, principalmente para as colheitas na Andaluzia.
20% abaixo da linha de pobreza
Para simples mortais, a coisa é mais simples e mais cara. O mais comum é obter um visto de entrada para a União Européia e deixar que vença a validade
Mas a diferença entre crescimento, riqueza e demografia é enorme dos dois lados do Mediterrâneo, o que aumenta as pressões. A opulência da Costa del Sol contrasta com a situação de desesperança no Rif, como demonstra o estado de abandono da região de Kettama, entregue à monocultura da maconha. No ano 2000, ocorreram tumultos na pequena cidade andaluza de Ejida, onde se deu uma verdadeira caçada humana contra os “mouros”. Quando viram essas cenas de violência pela televisão, e as declarações dos trabalhadores rurais entrevistados, os marroquinos compreenderam a proporção da presença desses outros marroquinos no exterior. As filas diante do consulado espanhol de Rabat nunca foram tão grandes quanto nas semanas que se seguiram…
A União Européia ajuda financeiramente a Espanha a enfrentar esse fluxo migratório e a proteger suas fronteiras. Quando são detidos clandestinos, as autoridades espanholas os devolvem ao Marrocos exigindo, em contrapartida, 300 euros (750 reais) por cabeça Essa situação incomoda o Marrocos, que alega sua boa vontade e cooperação e lamenta a falta de ajuda européia.
Após três anos de seca (1998-2001), a economia marroquina passou por uma crise muito difícil. Quase 20% de sua população vive abaixo do limiar de pobreza absoluta (menos de um dólar por dia). Segundo as estatísticas espanholas, 70% dos clandestinos detidos são desempregados. No entanto, deve ser observado que uma parcela deles são diplomados (advogados, médicos…) que, após terem esgotado toda e qualquer tentativa de procedimento legal, tentam a sorte pela travessia.
Crise moral, mais que política
Os migrantes vêm basicamente de três grandes regiões do Marrocos: os eixos Nador-Oujda, no Rif; Casablanca-Beni Mellal; e Casablanca-Marrakech
Em 2001, um sobrevivente da travessia declarou ao semanário marroquino Demain o seguinte: “Olha, esse estreito é minha última chance. É a última fronteira entre o inferno e um mundo possivelmente melhor. Quem tenta correr esse risco, sabe o que tem pela frente. É um jogo. Um jogo de vida e de morte.” E um dos entrevistados da AFVIC completa: “Tentei atravessar nas pateras por três vezes: uma prisão e dois naufrágios, um deles com seis mortos, mas eu tentaria de novo. Se morrer, serei um mártir da economia! Faço o que faço por minha família.”
Diante dessa desesperança, não resta qualquer dúvida que a emigração clandestina é uma válvula de segurança para o Marrocos. O exílio é uma forma de renunciar à luta em sua terra. Libera vagas na ciranda da economia (oficialmente, o desemprego caiu em 2001) e suscita esperanças nos que ficam. Porém, além dos aspectos econômicos, a questão da emigração clandestina remete à crise do nacionalismo, e mesmo ao fracasso do projeto nacional que os países do Magreb forjaram por ocasião da independência. Trata-se de uma crise moral, mais do que política.
Um oceano de desejos
Até a década de 80, a população do Marrocos vivia num regime de relativa auto-suficiência. Uma massa de camponeses permanecia fora do tempo, a salvo do contato com o mundo exterior. A rádio e a televisão nacionais privilegiavam a fibra patriótica, longe do modelo consumista europeu. Excetuando as elites e os emigrantes, viajava-se pouco e o contato com os estrangeiros era voluntariamente restrito. O rei Hassan II tomou a precaução, após uma tentativa de abertura ao turismo na década de 70, de limitar o número de turistas europeus a um milhão por ano.
A irrupção das antenas parabólicas no Magreb, no final da década de 80, foi uma ruptura crucial da representação do mundo que tinham os naturais da região. Enquanto tunisianos se punham a aprender italiano devido à rádio-televisão italiana (RAI) e os argelinos acompanhavam o noticiário francês, os marroquinos abriam-se, pouco a pouco, a novos horizontes. E surge o Ocidente fabricado pela televisão. O que se revela pelo incrível sucesso das antenas parabólicas, na década de 90, na Argélia, e mais ainda no Marrocos. Depois, no final da década, desembarcariam os canais fechados, por satélite, inundando populações inteiras com um inacreditável fluxo de imagens – principalmente pornográficas. Os canais especializados na erram no alvo ao mirarem sobre os telespectadores de língua árabe. A pressão social que se exerce sobre os jovens marroquinos e a quase impossibilidade, para a sua maioria, de se casar antes dos 30-35 anos, por motivos financeiros, transforma-os num oceano de desejos.
Uma política, e não polícia, de emigração
O contraste entre crescimento e pobreza, entre opulência e desesperança, é enorme dos dois lados do Mediterrâneo, o que aumenta as pressões
Os canais nacionais, por seu lado, propagam histórias de emigrantes bem-sucedidos que conseguiram uma surpreendente ascensão social (como Jamel Debbouz, empresário na Holanda, a cantora Nadia Farès ou um esportista, como Zinédine Zidane). Na visita anual de férias que os emigrantes fazem à sua terra (1,5 milhão de pessoas no verão de 2001), estes trazem inúmeros bens de consumo – carros fascinantes e inacessíveis, por exemplo – que contribuem para que a Europa pareça um eldorado cuja porta deve ser forçada.
O Magreb parece, de certa maneira, um México da União Européia. Em 2001, a população mexicana era de 100 milhões mas, além destes, mais 35 milhões moravam nos Estados Unidos (cerca de 10 milhões de clandestinos, número que aumenta na proporção de um milhão por ano). Atualmente, o Magreb tem uma população de cerca de 70 milhões de habitantes – dos quais, de 10 a 15 milhões se encontram na Europa. No Marrocos, a proporção seria de 30 milhões de habitantes para cinco a sete milhões de residentes no exterior (número que cresce num fluxo de mais 100 mil a 200 mil por ano). Esse movimento de exílio não tende a desaparecer, a menos que seja travada uma luta que ataque a base desse novo tipo de tráfico que não revela o nome.
“A luta contra a imigração clandestina não deve ser localizada nas fronteiras, mas nos locais de origem e nas cabeças dos emigrantes clandestinos; deve realizar-se no âmbito da cooperação Nor