Como sair do círculo vicioso da (in)segurança pública?
Há quarenta anos, o Brasil se afunda num círculo vicioso em que o “combate à criminalidade” resulta em mais insegurança. A antiga delinquência foi há tempos incorporada pelo “crime organizado” transnacional, o que leva governos a enviarem rios de dinheiro para um modelo equivocado de segurança, prejudicial aos cidadãos, mas muito lucrativo para um projeto de poder específico. Há saídas, no entanto, e elas passam por quatro eixos de políticas de segurança pública
Nos anos 1980, nossas casas não tinham muros. A insegurança vinha da pequena delinquência: trombadinhas, ladrões de videocassete, de toca-fitas. A população chamava a polícia ou justiceiros de bairro. Esses homens espancavam ou, nos casos recorrentes, eliminavam os delinquentes de vez. Resolveu? Não, muito pelo contrário. Quarenta anos depois, vivemos cercados de câmeras de segurança e nelas não vemos mais trombadinhas. Vemos um mundo violento no qual facções criminais absorveram a criminalidade local para regular mercados transnacionais. O que aconteceu nesse período e como romper o círculo vicioso que transforma repressão em mais insegurança? É preciso admitir que a repressão ao delinquente parecia funcionar naqueles anos. O delinquente sumia do bairro. A segurança privada parecia funcionar também no começo. Os assaltos migravam para outros bairros menos protegidos. O problema é que a “era da delinquência” acabou e, com o dinheiro dos mercados de drogas e armas, o Crime – agora…