Diante da tragédia, indiferença
A degradação dos serviços de saúde africanos é alimentada pelos “ajustes fiscais” que o FMI determina e pelo descompromisso da “comunidade internacional”, mesmo em relação aos Objetivos do MilênioKarl Blanchet , Regina Keith
O continente negro possui apenas 3% do pessoal de saúde do mundo [1] quando sua população representa sozinha 25% da taxa mundial de pessoas atingidas por alguma enfermidade [2]. Essa crise maior é resultado de anos de negligência e falta de investimento dos governos africanos e da “comunidade internacional”. Há ainda as draconianas imposições orçamentárias e fiscais do FMI. Os setores da saúde e educação são os primeiros a sofrer com essas medidas.
As despesas em saúde e em recursos humanos dos governos e credores dos fundos internacionais não foram suficientes. Somente 13 dos 55 países do continente gastam mais de 30 dólares por ano por cada pessoa, enquanto uma soma mínima de 34 dólares é recomendada pela OMS. Por outro lado, a comunidade internacional nunca investiu os 22 bilhões que, de acordo com a OMS [3], permitiriam o continente negro atingir os objetivos do “milênio para o desenvolvimento” das Nações Unidas.
Tradução: Leonardo Abreu
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