Do centro ao extremo, o eterno pêndulo do PP espanhol
Por muito tempo considerada uma exceção na Europa, a Espanha sofre uma influência eleitoral cada vez maior do Vox, partido de extrema direita fundado em 2013. O surgimento desse partido, que provavelmente será relevante nas eleições legislativas de 23 de julho, deve muito às divisões internas e à versátil evolução ideológica da direita pós-franquista
Com ar sério em um discurso na TV, Pedro Sánchez anunciou, em 29 de maio, a convocação de eleições gerais. No poder desde 2018, o chefe do governo espanhol optou por antecipar para 23 de julho a realização de um pleito previsto para o fim do ano. Seu anúncio-surpresa ocorreu um dia após a derrota do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), do qual é secretário-geral, nas eleições municipais e regionais. O Partido Popular (PP), principal organização conservadora da Espanha, conquistou a maioria dos votos em seis das dez regiões até então governadas (diretamente ou por meio de uma coalizão) pelos socialistas. Em cinco delas, no entanto, a direita vai precisar garantir o apoio do partido de extrema direita Vox, pois não conta com a maioria absoluta. O PP também conquistou as prefeituras de Valência e de Sevilha, respectivamente terceira e quarta maiores cidades do país. Desde então, para desacreditar o…