Marçal reflete o apocalíptico espírito da civilização ocidental
Ex-coach que concorre à prefeitura da maior cidade latino-americana bebe do mesmo liberalismo econômico que os EUA propagam mas burlam nas relações internacionais
Ex-coach que concorre à prefeitura da maior cidade latino-americana bebe do mesmo liberalismo econômico que os EUA propagam mas burlam nas relações internacionais
Na última década, a política latino-americana parece mais com uma praia de tombo em dia de mar agitado. Quanto maior é o declive, mais curtas são as ondas, mas também mais agitadas e violentas
O que a experiência da memória social alemã e polonesa em relação ao Estado de Exceção nazista pode ajudar na compreensão da ditadura civil-militar brasileira e o avanço da extrema direita?
A base da extrema direita está rachando, e aparecem outros elementos importantes a serem levados em conta nessa eleição: os que se rendem ao extremismo, sem abandonar as aparências da moderação
Ao aparecer como um outsider alheio a conchavos e privilégios que marcam os atores da ordem, Marçal renova o espírito subversivo do bolsonarismo e encanta seus eleitores mais radicais
As enchentes no estado do Rio Grande do Sul e as queimadas (e seus “rios de fumaça”) que atravessaram o país são os principais exemplos de como a crise climática não é um problema do futuro
Num contexto de eleição de Trump nos EUA e de prefeitos como Pablo Marçal em São Paulo, que funciona como carta coringa das forças de extrema direita, a crítica dissidente voltaria a ser sitiada, assim como as instituições e culturas capazes de produzi-las
Bolsonaro ainda é a principal liderança da direita, mas é verdade que cresce uma extrema direita para além de dele. As eleições municipais deste ano serão determinantes para essa disputa interna, com importantes implicações nas eleições de 2026
a polarização entre democracia e autoritarismo que vem marcando a política brasileira desde 2018 ditará os sentidos estratégicos das eleições municipais deste ano
Não há, porém, como derrotar a extrema direita e o fascismo sem uma revolução social que resolva a questão nacional e democrática, retome o projeto de desenvolvimento nacional e realize as urgentes e necessárias reformas tributária e bancária-financeira
A entrada de Kamala Harris na campanha presidencial norte-americana não garante, por si só, a derrota de seu rival republicano. As críticas contra ele perderam o impacto de outrora. Trump conta com um eleitorado que o vê como o campeão de um povo desprezado por uma elite progressista e com um partido unido que o celebra, não importa o que ele diga ou faça
Parece que a forma de arrefecer a polarização e barrar o avanço da extrema direita é via garantia de direitos e bem-estar da classe trabalhadora