E as transnacionais enfim vão pagar, mas só um pouco…
Muito tímida! Muito dependente da boa vontade de Washington! Muito fácil de ser revertida por uma nova administração! Não faltam motivos para diminuir o imposto universal sobre empresas privadas defendido por Joe Biden. Apesar de suas falhas, contudo, a medida opera uma inversão política fundamental: ela tira das corporações a ideia de que pairavam acima da lei
Em 2017, o Google depositou cerca de 20 bilhões de euros em suas contas nas Bermudas depois de fazê-los passar por vários paraísos fiscais. Neste ano, na França, a transnacional só pagou 14,1 milhões de euros em impostos sobre lucros – uma ninharia para ela. Oficialmente, seus setecentos empregados no país não vendiam nada à França: apenas secundavam a filial irlandesa do grupo, que mantinha as contas sob os auspícios complacentes desse paraíso fiscal europeu.1 Já a Amazon, o gigante da distribuição online, vai se esquivando, ano após ano, do imposto federal sobre o lucro das empresas nos Estados Unidos e chega, no Velho Continente, a declarar perdas justamente no momento em que uma crise sanitária põe às claras seus lucros.2 Nesta primavera, a organização independente ProPublica confirmou que, como particulares, os bilionários famosos – Jeff Bezos, Michael Bloomberg, Warren Buffett, Carl Icahn, Elon Musk e George Soros – não…