Em novembro de 2023, Daniel Noboa chegou à presidência do Equador para cumprir um mandato-tampão de dezoito meses, após o antecessor, Guilherme Lasso, renunciar em meio a uma crise política. Filho jovem de um magnata do país, Noboa, até então deputado federal, cresceu nas redes sociais, durante a eleição, amparado por uma comunicação digital eficiente em atingir públicos diversos. Seu discurso combinava as promessas de recuperar a economia nacional por meio de um projeto liberal e promover um plano de segurança pública capaz de conter a crescente violência do narcotráfico. Uma vez no governo, Noboa compôs um gabinete ministerial baseado em equidade de gênero e orientado, no plano retórico, para atender a demandas sociais ligadas à juventude, ao meio ambiente e aos movimentos sociais. Indicou a postos-chave, em sua maioria, egressos das maiores empresas privadas do Equador, ativistas ligados a ONGs estrangeiras e influencers digitais. Em nome da governabilidade, buscou…