Guerras sem fim contra os palestinos
Após onze dias de conflito, com 230 mortes palestinas e 12 israelenses, Israel e o Hamas concluíram um cessar-fogo sem condições prévias. A trégua não apaziguou as tensões em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, pois não mexe nas questões de base. Sem um Estado viável e tendo de continuar se submetendo à colonização, os palestinos continuarão a lutar por seus direitos
Na Palestina, a história se repete. Regularmente, inexoravelmente, impiedosamente. É sempre a mesma tragédia; uma tragédia previsível, tão evidentes são os dados coletados em campo, mas que continua a surpreender aqueles que tomam o silêncio da mídia como consentimento das vítimas. Cada vez mais, a crise ganha contornos particulares e toma emprestados caminhos inéditos, mas resume-se a uma verdade límpida: a persistência há décadas da ocupação israelense, a negação de direitos fundamentais ao povo palestino e a vontade de expulsá-los de suas terras. Há muito tempo, logo após a guerra de junho de 1967, o general Charles de Gaulle delimitou aquilo que iria advir: “Israel organiza, nos territórios que tomou, uma ocupação que só pode ocorrer com opressão, repressão, expulsões; por isso, manifesta-se contra o país uma resistência que, por sua vez, ele qualifica como terrorismo”.1 O estadista francês declarou na ocasião do sequestro de um avião israelense, em 1969,…