Uma aproximação em meio à tragédia ainda é possível?
Associação Shalom, Salam Paz, formada em 2000 foi primordial para o retorno da visibilidade da causa palestina no cenário brasileiro
Associação Shalom, Salam Paz, formada em 2000 foi primordial para o retorno da visibilidade da causa palestina no cenário brasileiro
A história é manipulada de todas as formas. Ela justifica guerras, desqualifica adversários, fortalece identidades coletivas. Qualquer um pode ocultá-la, reescrevê-la, distorcê-la, pegar uma analogia ou referência, desde que reforce sua tese. Nesta batalha para moldar o debate público em torno de um relato ajustado a seus interesses, aqueles que detêm os grandes meios de comunicação possuem uma arma poderosa
Poderia ser o enredo de um filme de espionagem. Serviços secretos armam dispositivos de comunicação que explodem simultaneamente. Só que a realidade alcançou a ficção no Líbano, onde membros do Hezbollah perderam a vida nesses ataques aparentemente concebidos por Israel. O evento ameaça arrastar o País dos Cedros para uma nova guerra contra seu poderoso vizinho
Pratos tradicionais, bordados, arqueologia… A batalha cultural ocupa papel central no sionismo político. Ferramenta essencial para que Israel demonstre seu direito exclusivo sobre a terra, essa batalha faz parte da criação de uma narrativa nacional, independentemente de sua veracidade histórica. Além da dimensão territorial, os palestinos lutam pela sobrevivência de sua identidade
Se quando “Pedro fala de Paulo, Pedro fala mais de Pedro do que de Paulo”, com algumas adaptações poderemos inferir a situação de Pedro Brasileiro em nossa própria geografia política pré-eleitoral
Trinta anos após o fim do apartheid, a pequena comunidade judaica da África do Sul está mais dividida do que nunca. Uma parte aproveitou o sistema racista, enquanto a outra resistiu. Duas lições contraditórias do Holocausto se opõem: a do “nunca mais” universalista, que leva alguns a apoiar Gaza, e a da singularidade da tragédia judaica, que inspira outros a um sionismo conservador
Os tribunais internacionais raramente estiveram sob tantos holofotes. Os dois processos abertos em Haia sobre Gaza – um contra o Estado de Israel e outro contra dois de seus líderes e aqueles do Hamas – ilustram as rupturas de uma geopolítica tumultuada
Seu desejo de erradicar o Hamas é repetido sem parar, mas os líderes israelenses ainda têm dificuldade em indicar qual será o futuro de Gaza após o fim dos combates. Se Egito, Emirados Árabes Unidos e Marrocos puderem fornecer uma força de manutenção da paz, uma coisa é certa: Tel Aviv não tem intenção de dar liberdade total à Autoridade Palestina
Por causa de sua história diplomática, a Rússia está entre as poucas potências que mantêm relações com todas as partes do conflito israelo-palestino, incluindo o Hamas. No entanto, seu papel de mediadora permanece limitado no contexto do confronto russo-ocidental na Ucrânia e da monopolização do caso pelos Estados Unidos
É fundamental reconhecer que a mídia se estabeleceu como um instrumento das elites dominantes, majoritariamente promovendo ideias liberais
Enquanto os bombardeios israelenses e os combates continuam na Faixa de Gaza e a situação humanitária não para de piorar, um novo conflito com consequências potencialmente devastadoras foi evitado entre Tel Aviv e Teerã. No entanto, parece que nada pode deter a lógica de confronto entre os dois inimigos
Para defender seus interesses, impor sua narrativa e silenciar seus críticos ao se apresentar frequentemente como vítima de seus inimigos árabes, Israel tem uma vasta rede de embaixadores e propagandistas de todos os tipos. Sua estratégia é ainda mais eficaz porque Tel Aviv conta com a simpatia de numerosos meios de comunicação ocidentais