O saque do patrimônio palestino
Pratos tradicionais, bordados, arqueologia… A batalha cultural ocupa papel central no sionismo político. Ferramenta essencial para que Israel demonstre seu direito exclusivo sobre a terra, essa batalha faz parte da criação de uma narrativa nacional, independentemente de sua veracidade histórica. Além da dimensão territorial, os palestinos lutam pela sobrevivência de sua identidade
Durante um voo da companhia britânica Virgin Atlantic, no fim de 2017, o nome de uma entrada no cardápio dos novos pratos servidos a bordo gerou polêmica. A “salada de cuscuz palestino”, em referência ao maftoul, um cuscuz tradicional do Oriente Médio, popular na região, era descrita como “inspirada nos sabores da Palestina”. No entanto, um passageiro insatisfeito publicou nas redes sociais uma foto da página do menu, acusando a companhia aérea e sua equipe de serem “simpatizantes de terroristas”. A imagem, disseminada por organizações pró-Israel, viralizou, provocando a ira de muitos internautas. Alguns chegaram a afirmar que se tratava de uma salada “judaica” ou “israelense”. Diante das pressões, a companhia se desculpou oficialmente pela “ofensa feita a seus clientes” e em seguida retirou as palavras “palestino” e “Palestina” do nome e da descrição do prato no cardápio.1 Por sua vez, a companhia emiradense Flydubai, que abriu uma linha aérea…