O massacre na Faixa de Gaza e o colapso do sistema de saúde
Em Gaza, a crueldade não poupa civis, profissionais humanitários e unidades médicas, o que fez com que o sistema de saúde entrasse em colapso
Em Gaza, a crueldade não poupa civis, profissionais humanitários e unidades médicas, o que fez com que o sistema de saúde entrasse em colapso
Pratos tradicionais, bordados, arqueologia… A batalha cultural ocupa papel central no sionismo político. Ferramenta essencial para que Israel demonstre seu direito exclusivo sobre a terra, essa batalha faz parte da criação de uma narrativa nacional, independentemente de sua veracidade histórica. Além da dimensão territorial, os palestinos lutam pela sobrevivência de sua identidade
Criticar as posições do partido de esquerda La France Insoumise, suas escolhas estratégicas, suas trapalhadas ou seus arroubos tem lugar no debate democrático. Propagar a imputação infamante e mentirosa de que a formação e seu fundador seriam “antissemitas” é, no entanto, expressão de um desejo de destruição. E seus efeitos políticos já se fazem sentir…
Da República Democrática do Congo (RDC) à Síria, passando por Gaza, as acusações de genocídio se multiplicam, acompanhando os conflitos e os desvios autoritários de alguns regimes. Essas polêmicas, tão antigas quanto a palavra, criada em 1944, interessam a juristas e historiadores, cuja expertise ilumina as tragédias do passado e do presente
Para defender seus interesses, impor sua narrativa e silenciar seus críticos ao se apresentar frequentemente como vítima de seus inimigos árabes, Israel tem uma vasta rede de embaixadores e propagandistas de todos os tipos. Sua estratégia é ainda mais eficaz porque Tel Aviv conta com a simpatia de numerosos meios de comunicação ocidentais
Não víamos algo assim desde a mobilização de 2003 contra a guerra no Iraque liderada por George W. Bush e Tony Blair. Em 11 de novembro de 2023, segundo os organizadores, mais de 800 mil pessoas ocuparam as ruas de Londres em solidariedade a Gaza. Os manifestantes dirigiam-se ao governo conservador, bem como ao Partido Trabalhista, que também se posicionou a favor de Israel
O que acontecerá com os habitantes de Gaza? Após décadas de domínio israelense, vislumbra-se a perspectiva de uma nova Nakba (catástrofe), a expulsão das populações civis. Ao contrário da solidariedade expressa pelas nações latino-americanas, a maioria dos países ocidentais, incluindo a Alemanha, mostra pouca disposição para moderar a fúria vingativa de Tel Aviv após os massacres cometidos pelo Hamas. Essa tolerância se explica, em parte, pela instrumentalização da memória do Holocausto e dos crimes antissemitas. O antigo sonho de um Estado binacional para judeus e árabes, outrora alimentado por uma facção do movimento sionista, agora parece ser uma utopia
As retaliações cegas de Israel em resposta aos massacres cometidos pelo Hamas em seu território devastaram Gaza. Além dos milhares de mortos e feridos, agora há o risco de um deslocamento em massa dos palestinos para o Egito
“A história não perdoará os indiferentes”, alertou o presidente cubano Miguel Díaz-Canel sobre as operações militares realizadas por Israel contra Gaza. Quase 10 mil quilômetros separam as costas latino-americanas das terras palestinas, mas, de Havana a Santiago, o ressurgimento da violência no Oriente Médio provoca posições que são tão mais fortes quanto mais raras se mostram pelo mundo
Depois de semanas de bombardeios, em 22 de novembro Israel e Hamas concordaram com uma trégua. No entanto, esse alívio está longe de atender às necessidades dos habitantes de Gaza. O cerco ao enclave, bombardeado por uma potência ocupante que bloqueia a ajuda humanitária e a liberdade da imprensa, constitui uma violação extrema do direito internacional pós-1945
Em maio começam as celebrações do 70º aniversário de criação do Estado hebreu, ocasião para o povo palestino lembrar a catástrofe vivida em 1948 e reivindicar o direito de retorno dos refugiados, previsto pelas resoluções da ONU. Em Gaza, os manifestantes que enfrentam as balas dos soldados israelenses militam por essa exigência de justiça
As duas casas do Congresso norte-americano convidaram o primeiro-ministro israelense a discursar no dia 3 de março. Netanyahu espera beneficiar-se da ocasião, duas semanas antes da eleição legislativa na qual ainda é favorito. No entanto, a aliança entre a esquerda e o centro mostra força, em um contexto de descontentaMarius Schattner