O massacre na Faixa de Gaza e o colapso do sistema de saúde
Em Gaza, a crueldade não poupa civis, profissionais humanitários e unidades médicas, o que fez com que o sistema de saúde entrasse em colapso
Em Gaza, a crueldade não poupa civis, profissionais humanitários e unidades médicas, o que fez com que o sistema de saúde entrasse em colapso
Pratos tradicionais, bordados, arqueologia… A batalha cultural ocupa papel central no sionismo político. Ferramenta essencial para que Israel demonstre seu direito exclusivo sobre a terra, essa batalha faz parte da criação de uma narrativa nacional, independentemente de sua veracidade histórica. Além da dimensão territorial, os palestinos lutam pela sobrevivência de sua identidade
No âmbito das organizações da sociedade civil, existe uma tendência a pensar que a solução para os problemas é encontrar remédios para os sintomas. Mas isso não funciona, nunca funcionou. A situação em Gaza é emblemática nesse sentido
Apesar de alguns avanços, no mesmo ano da assinatura dos Acordos de Oslo, já existiam cerca de 110 mil colonos israelenses vivendo em assentamentos ilegais espalhados pelas regiões da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental
As crianças são inocentes. Não criam as condições para a guerra; nem fazem guerra contra os outros. As mortes de todas as crianças no conflito em Gaza são trágicas e, como argumentou Judith Butler, “não pode haver justiça aqui, no massacre de crianças”
A ocupação dos territórios palestinos é ilegal e constitui uma política que pode ser qualificada como um apartheid, decidiu a Corte Internacional de Justiça em um momento em que Gaza, sua população e suas infraestruturas, especialmente educacionais, estão sendo sistematicamente destruídas pela intervenção israelense. Conscientes de que são alvo da extrema direita, que faz parte da coalizão governamental, os cidadãos árabes de Israel, marginalizados, adotam uma postura discreta. Já a maioria judaica da sociedade, traumatizada pelo ataque de 7 de outubro, oscila entre o desejo de eliminar os palestinos e o temor pelo futuro do país. Nesse contexto, cada dia que passa agrava o calvário dos habitantes de Gaza e aproxima toda a região do precipício
Segundo as Nações Unidas, entre 4 de julho e 10 de agosto, o Exército israelense bombardeou pelo menos 21 escolas na Faixa de Gaza, todas abrigando numerosos civis deslocados. Além do massacre humano, a aniquilação metódica do sistema educacional obscurece ainda mais o futuro dos jovens palestinos. Alguns especialistas denunciam um “escolasticídio”
O genocídio se manifesta não apenas na criação de ‘zonas de matança’, onde soldados atiram indiscriminadamente em palestinos, mas também na destruição sistemática de toda a infraestrutura intelectual, cultural e cívica de Gaza
A possível escalada do conflito pode dar início a uma guerra convencional. Até o momento, o que pudemos observar foi um verdadeiro massacre, quase que unilateral
É fundamental reconhecer que a mídia se estabeleceu como um instrumento das elites dominantes, majoritariamente promovendo ideias liberais
Na Palestina e no Brasil, mídias comunitárias e ativistas denunciam o racismo por trás das matanças. Acompanhe no novo artigo do especial “Algo de novo sob o sol? Direito à Comunicação no primeiro ano do atual governo Lula”
Este texto foi escrito em 2021 por membros fundadores do Vozes Judaicas por Libertação e recém-publicado no livro “Becoming Pro-Palestinian: Testimonies from the Global Solidarity Movement” (Bloomsbury, 2024), organizado pela professora britânica Rosemary Saygh e que conta com textos de ativistas solidários à causa palestina em todo mundo, inclusive um prefácio do professor estadunidense Noam Chomsky