A Palestina brasileira
Se quando “Pedro fala de Paulo, Pedro fala mais de Pedro do que de Paulo”, com algumas adaptações poderemos inferir a situação de Pedro Brasileiro em nossa própria geografia política pré-eleitoral
Tomemos a situação entre Israel e Palestina como um guia para ler o mapa pré-eleitoral brasileiro. Quando o Hamas atacou Israel em outubro de 2023, a opinião geral se dividiu entre os que tentavam fazer valer as regras do jogo, aplicando as resoluções anteriores ou pressionando o Conselho de Segurança da ONU, seja pelo cessar-fogo, seja pela imposição de medidas econômicas restritivas que visavam conter a reação desproporcional de Benjamin Netanyahu,1 qualificando a resposta como genocida. Esse caminho levou à constatação de que as “regras do jogo” já não estão sendo aplicada há muito tempo. Mesmo assim continuaram a apelar para instâncias superiores, como a Corte Internacional de Haia, cujo resultado foi algo próximo de um empate técnico. Como se tivéssemos nos acostumado de tal forma com a impotência das formas instituídas de política que não nos afetamos mais com a contabilidade das vidas desperdiçadas em guerras, epidemias, descasos ambientais…