Japão diz adeus ao pacifismo
Recentemente, o governo japonês abriu caminho para possíveis operações ofensivas fora de suas fronteiras. Sua nova doutrina estabelece a China – uma “concorrente estratégica” –, a Coreia do Norte e a Rússia como adversários. A militarização crescente encontra reservas na opinião pública do Japão e pode preocupar os vizinhos e os parceiros econômicos do arquipélago
No sábado, 27 de novembro de 2022, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, fez uma visita matinal às tropas de defesa terrestre na base de Asaka, ao norte de Tóquio. Após um breve passeio em um tanque, ele fez um discurso que rompe com a moderna história do país: “De agora em diante, vou considerar todas as opções de continuar fortalecendo o poderio militar japonês, incluindo possuir capacidade de ataque a bases inimigas”. Segundo o chefe do governo, “a situação de segurança ao redor do Japão está mudando em uma velocidade inédita. Coisas que só aconteciam em livros de ficção científica estão se tornando realidade”. Poucos dias depois, ele anunciou a duplicação dos gastos de Defesa e liberou o equivalente a US$ 315 bilhões em cinco anos. Desse modo, o Japão terá o terceiro maior orçamento militar do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Isso vai representar 2%…