Mudanças e continuidades com Sheinbaum no México
Presidenta assume o poder em um cenário amplamente favorável do ponto de vista da governabilidade, mas com desafios na economia e na segurança
Claudia Sheinbaum, a primeira mulher na presidência do México, assume o cargo em 1º de outubro com a força e as sombras do governo de seu antecessor e padrinho político, Andrés Manuel Lopes Obrador. Suas origens e trajetória, inclusive bem mais à esquerda que Obrador, poderiam sugerir alguma mudança, mas, pelo menos até agora, as indicações são mais de continuidade. A herança de Obrador rendeu aprovação de 60% no fim de seu mandato, algo incomum na América Latina hoje; o mesmo percentual de votos válidos recebidos pela nova presidenta nas eleições. Sheinbaum pretende obviamente manter programas sociais de grande peso na avaliação positiva de Obrador, como pensão para idosos, auxílio financeiro para estudantes e projetos para as áreas rurais. As promessas de maior engajamento nos direitos femininos e na pauta climática buscam atribuir a Sheinbaum um diferencial em relação a Obrador, mas ainda são insuficientes como bandeiras do novo governo.…