O Brasil autoritário
Mergulhado em um pesadelo em plena pandemia, o Brasil vive, desde o golpe que depôs a presidenta eleita, Dilma Rousseff, em 2016, o fim de seu mais recente período democrático. A coalizão dos governantes, tendo à frente o presidente Jair Bolsonaro, ataca o Parlamento, o Judiciário, e assim vai alimentando sua base radicalizada, impondo a pauta nacional, num processo contínuo de destruição e aparelhamento das instituições do Estado brasileiro. A perspectiva de continuidade do Partido dos Trabalhadores no governo, depois de eleito por quatro mandatos consecutivos para a Presidência da República, fez que as elites econômicas rasgassem a Constituição de 1988 e adotassem a via do golpe parlamentar, com o apoio do Tio Sam. “As políticas sociais não cabem no Orçamento da União”, declaravam parlamentares golpistas, secundando seu mentor intelectual, o ex-ministro da Economia do tempo da ditadura, Delfim Netto.1 As intenções de golpe já estavam presentes desde o início…