Os três dias que mudaram a história afegã
Em guerra há quase vinte anos no Afeganistão, os Estados Unidos e seus aliados vão retirar suas tropas. Pelo menos foi o que prometeu Donald Trump… Dezenas de milhares de mortos depois, um balanço político e diplomático do conflito pode finalmente ser traçado. E a história se repete, com russos e norte-americanos estendendo a mão aos talibãs
No dia 20 de dezembro de 2018, os jornais The New York Times e The Wall Street Journal anunciaram a decisão do presidente Donald Trump de trazer de volta 7 mil soldados que estavam no Afeganistão, após o anúncio, na véspera, da retirada da Síria. No mesmo dia, o secretário de Defesa, James Mattis, renunciou. Algumas horas depois, o governo afegão e os diplomatas lotados em Cabul acordaram estupefatos: alguns temiam o caos. A decisão era ainda mais inesperada pelo fato de que, em 2017, o presidente dos Estados Unidos aceitara – com relutância, é verdade – aumentar em 4 mil homens sua presença militar no país. No entanto, apesar das críticas, ele manteve sua decisão, justificada à sua maneira no canal CBS (23 dez.): “Vamos ver o que acontece com o Talibã. Eles querem paz; estão cansados. Acho que todo mundo está cansado. Precisamos sair dessas guerras intermináveis e…