Para além da desigualdade entre homens e mulheres
Em 1957, o Tratado de Roma, documento fundamental da construção da União Europeia, estabeleceu as bases de uma concepção ampliada da igualdade salarial. Embora seja um mecanismo essencial para os salários femininos, esse princípio enfrenta a oposição do patronato. Para os sindicatos, a batalha se trava com calculadora em mãos
Atualmente, no setor privado francês, em condições iguais de cargo e tempo de trabalho, a remuneração das mulheres é “apenas” 4% inferior à dos homens. Contudo, a diferença média de renda salarial ainda é de 23,5%, uma disparidade que pouco mudou na última década. Em primeiro lugar, as mulheres são mais frequentemente submetidas a trabalhos em tempo parcial. Em seguida, são super-representadas em profissões cujas qualificações e penosidade são mal reconhecidas, como as de assistência pessoal. Por fim, há variáveis difíceis de identificar em nível macroeconômico, que consolidam as desigualdades no ambiente interno das empresas: obstáculos à progressão na carreira, interrupções profissionais ligadas à maternidade, barreiras psicológicas para pedir aumentos salariais e discriminação “pura” baseada no gênero. Desde 2019, a legislação francesa exige que empresas com cinquenta ou mais funcionários atribuam a si mesmas, anualmente, uma nota de até 100 pontos, conhecida como “índice de igualdade profissional”. O indicador não…