Petróleo, a nova atração dos parques naturais africanos
Forçadas a realizar explorações cada vez mais caras em águas ultraprofundas, as empresas petrolíferas tentam atacar a última fronteira terrestre, onde os custos operacionais são mais baixos: parques naturais e reservas de água doce da África. Essa corrida encontra a resistência da sociedade civil e de associações no Norte. A luta, contudo, é muito desigual
Não há muita coisa capaz de conter a fome das companhias petrolíferas. Na África, 71% dos sítios naturais listados como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) estão sujeitos a concessões minerárias ou petrolíferas.1 A companhia francesa Total, que após uma campanha internacional feita por defensores do meio ambiente desistiu da prospecção no Parque de Virunga, localizado no leste da República Democrática do Congo, estuda dez locais de perfuração em outras reservas. Em particular, ela considera atuar no Parque Nacional de Murchison Falls, em Uganda, atravessado pela floresta equatorial e pela savana, onde vivem elefantes, girafas, leões, rinocerontes, búfalos, leopardos e hipopótamos. A gigante do petróleo está na mira de seis ONGs francesas e ugandenses,2 que entram na Justiça no Tribunal de Grande Instância (TGI) de Nanterre. Segunda elas, um projeto de oleoduto que vai da estação de bombeamento de Hoima – próximo…