Resistir é Refletir – Temáticas Sociais Contemporâneas
Nestes tempos sombrios, uma onda conservadora congela a alegria, conspira contra a liberdade, sufoca a democracia, e envolve o país do Oiapoque ao Chuí. Sem perspectiva, somos levados a uma polarização anacrônica que desperta um clima de ódio que paralisa a população pelo medo.
Neste cenário, a iniciativa da socióloga e assistente social Márcia Moussallem, que acaba de publicar o livro ‘Resistir é Refletir – Temáticas Sociais Contemporâneas’ com textos publicados na Folha de São Paulo e no Observatório do Terceiro Setor, revela não só coragem, incomum nos dias de hoje, mas sobretudo, uma importante reflexão sobre a realidade brasileira.
No livro “Resistir é Refletir – Temáticas Sociais Contemporâneas”, Márcia Moussallem, de uma maneira incisiva, vai abordando temas como a diminuição dos espaços democráticos, que impede a manifestação popular, como o aumento do preconceito com o público LGBTI, resultando na morte de centenas de jovens; a desigualdade social, que obriga a maioria da população a viver em condições sub-humanas; e a questão do direito ao aborto, o feminicídio e a consequente luta das mulheres pelos seus direitos.
Ela mostra que a sociedade brasileira ainda mantém um processo histórico de exclusão social que oprime mulheres, negros, índios e não permite o pleno funcionamento de uma sociedade democrática.
O Brasil que Márcia revela, é um país cronicamente atrasado que insiste em perpetuar injustiças e manter a maioria da população sem os seus direitos básicos. Nas suas reflexões, Márcia Moussallem critica o poder, seguindo o caminho inverso de boa parte do campo progressista que se perde em devaneio, refém do calendário eleitoral.
Sua persistência é invejável. Sem medo, vai pontuando suas críticas longe das conveniências acadêmicas, mostrando sem sutileza seu testemunho da realidade que assola o país.
Seu olhar resgata o valor da contribuição da mulher e a importância do seu protagonismo.
O livro “Resistir é Refletir – Temáticas Sociais Contemporâneas” chega em um momento crucial na história do Brasil, um país imerso em profundas contradições, cuja saída só pode acontecer com a construção de um projeto coletivo e a participação da maioria do povo brasileiro.
Joel Scala é diretor do Observatório do Terceiro Setor