Mudança no ensino médio pode validar trabalho infantil como aula
Sob o pretexto de valorizar “experiências extraescolares”, reforma pode se tornar política de desescolarização de adolescentes
Sob o pretexto de valorizar “experiências extraescolares”, reforma pode se tornar política de desescolarização de adolescentes
Quem preside os processos educativos se coloca como garantidor do direito à educação, mas o faz convertendo-o em tecnologia de gestão da juventude, associando as bandeiras da educação integral e do acesso ao trabalho à rentabilidade e à punição
Apesar da sinalização positiva do MEC de que vai rever parte dos retrocessos introduzidos pela reforma de Temer, o chamado “itinerário profissional” não faz parte do pacote
Estamos abrindo mão de educar seres humanos plenos para formarmos apenas operários do mercado, consumidores das migalhas deixadas por essa civilização que nos retirou o gosto de viver e celebrar a vida com livros nas mãos – e não armas
Ao contrário do que quer o empresariado reformador da educação, os jovens contra o NEM nunca foram “massa de manobra”, mas seres pensantes e que sustentaram uma mobilização motivada pelo diagnóstico dos efeitos deletérios que a reforma traria
Na rede pública, mais da metade dos estudantes (53,5%) utiliza apenas celular para as aulas, enquanto na rede privada são 16%. Outro dado importante é que 50,2% de estudantes da rede privada possuem em casa até três equipamentos (computador, celular e impressora), contra apenas 11,6% da rede pública
Os estudantes não demorarão a perceber que a verdadeira liberdade de escolha continuará sendo privilégio dos que, na vida, sempre puderam frequentar restaurantes à la carte.