O engodo profissionalizante do Novo Ensino Médio
Apesar da sinalização positiva do MEC de que vai rever parte dos retrocessos introduzidos pela reforma de Temer, o chamado “itinerário profissional” não faz parte do pacote
O Novo Ensino Médio (NEM) vem fazendo água com uma rapidez impressionante – um verdadeiro Titanic da educação. Foram inúmeros os alertas de especialistas e entidades educacionais desde 2016, mas foi necessário que o NEM materializasse seus efeitos ruinosos nas escolas públicas do país para que a realidade se impusesse sobre as promessas abstratas de liberdade de escolha e flexibilização curricular da miraculosa reforma educacional que traria a escola secundária brasileira ao século XXI. O modelo instituído pela Lei n. 13.415/2017 não entregou nada do que prometeu: 1) as pesquisas mostraram sistematicamente que os estudantes pobres não conseguem acessar os chamados “itinerários formativos” de escolha; 2) faltam professores, e boa parte da “expansão da carga horária” prevista foi feita a distância (isto é, não ocorreu efetivamente); e 3) o “ensino profissionalizante” preconizado pela reforma é precário e inferior àquilo que conhecemos como Educação Profissional e Tecnológica (EPT). A reforma realizou…