Ultraprocessados, ultraesfomeados e o sistema agroalimentar moderno
Alguns parágrafos são suficientes para mostrar como o sistema agroalimentar dominante e o agronegócio andam junto com os alimentos ultraprocessados e formam uma trindade indissolúvel que causa desequilíbrio ambiental, insegurança alimentar, fome, doenças, desigualdades sociais e desesperança
O agronegócio faz parte do sistema agroalimentar hegemônico, também chamado de convencional ou moderno. É um sistema porque tem muitas partes interconectadas, cujo objetivo não é produzir soberania nem segurança alimentar. É, na real, uma dinâmica de caráter econômico que busca alta produtividade de alimentos de baixa qualidade e alta durabilidade e gera concentração de renda para poucos e desequilíbrio ambiental. O sistema se inicia em grandes áreas de terras expostas por ecossistemas destruídos e florestas queimadas, que excluem os pequenos agricultores e acabam com a possibilidade de uma divisão fundiária mais equitativa. O solo nu e empobrecido é preparado com o uso intenso de fertilizantes à base de NPK, que promovem o cultivo de monoculturas fragilizadas, e, como todo organismo malnutrido e solitário, sofre e fica vulnerável, atraindo os diversos indicadores desse desequilíbrio: insetos, larvas, ácaros, fungos e plantas invasores – simplificadamente chamados de “pragas da agricultura”. Para combater…